segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

¨UMA CARTA DE ADEUS¨


Acho que ninguém neste mundo procurou seu próprio cemitério. Não sei como meu pai vai recebê-lo, mas preciso de todas as forças enquanto é tempo.
Sinto muito meu pai, acho que este é o último diálogo que tenho com o senhor, sinto muito mesmo...Sabe pai, está em tempo de o senhor saber a verdade de que nunca desconfiou. Vou ser breve e claro, bastante objetivo.
As DROGAS me matou. Travei conhecimento com o meu assassino, AS DROGAS, aos 15 ou 16 anos de idade. É horrível não é pai? Sabe como nos conhecemos isso? Através de um cidadão elegantemente vestido, bem elegante mesmo e bem falante, que me apresentou meu futuro assassino. Eu tentei recusar, tentei mesmo, mas o cidadão mexeu muito com meu brio, dizendo que eu não era homem. Não é preciso dizer mais nada não é pai? Ingressei no mundo das drogas. No começo, foram torturas, depois o devaneio, a seguir a escuridão. Não fazia nada sem que as drogas estivesse presente. Depois, veio a falta de ar, o medo, as alucinações e logo veio a euforia do pico novamente. Eu me sentia mais gente do que as pessoas, e as drogas minha ¨amiga inseparável¨, sorria, sorria...
Sabe pai, a gente quando começa, acha tudo ridículo e muito engraçado. Até Deus eu achava ridículo, e hoje, no leito de um hospital, eu reconheço que Deus é mais importante que tudo na vida, e que, sem a ajuda dele, eu não estaria escrevendo esta carta. Pai, eu só tenho 19 anos, e sei que não tenho a menos chance de viver, é muito tarde para mim, mas para o senhor, pai, tenho um último pedido a fazer, fale a todos os jovens que o senhor conhece, e mostre a eles essa carta.
Diga a eles que em cada porta de escola, em cada cursinho de faculdade, em qualquer lugar, há sempre um homem elegante vestido e bem falante que iria mostra-lhes o seu futuro assassino, o destruidor de suas vidas, ele os levará a loucura e a morte como aconteceu comigo. Por favor, faça isso pai, antes que seja tarde demais para eles.
Perdoa-me pai, já sofri demais. Perdoai-me também por faze-lo sofrer por causa das minhas loucuras.
Adeus, meu pai.

¨Após ter escrito esta carta o jovem morreu. Este caso foi verídico e aconteceu em um hospital de São Paulo¨

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